Overprotected Kahoko: Uma proteção que machuca

Oii, pessoas!! Como estão? A resenha de hoje será de Overprotected Kahoko (2017), um drama japonês de 10 episódios (+extras) que foi produzido pela NTV, e cada episódio contendo em média 60 min. Atualmente, o drama está disponível no Viki e demais Fansubs. O drama que tem em seus gêneros slice of life, romance e um pouco de comédia, nos traz a história de amadurecimento de uma estudante universitária que foi vigiada e mimada por sua família tanto que ela permaneceu agindo como uma criança, mesmo quando adulta.
Kahoko (Takahata Mitsuki) é uma estudante que realmente não pode fazer nada por si mesma (isso mesmo, mesmo com 21 anos ela não sabe fazer sua própria comida ou lavar sua própria roupa). Sua mãe comanda completamente sua vida, desde escolher o que vestir de manhã e até decidir qual vídeo caseiro de infância assistir à noite. E Kahoko não se incomoda com essa vida monótona, até que um dia, quando ela começa a fazer entrevistas para empregos e conhecer um cara interessante, ela desenvolve o desejo de se libertar da vida de ‘superprotegida’. E após alguns acontecimentos, a família que até então era ‘perfeita’, começa a ter problemas, os quais, a nossa protagonista se propõe a resolver, mas para isso, ela precisa aprender a viver sem que ninguém tome suas decisões por si. Com um olhar inocente, Takahata conseguiu transpor bem a ‘alienação’ que a Kahoko tinha devido a sua forma de criação, mesmo que seja difícil imaginar que uma personagem com traços infantis possa ser boa, ela conseguiu construir uma personagem muito crível.


Kahoko é uma protagonista adorável que por mais que tenha gostado de viver uma vida confortável em uma bolha, resolve sair dela, e quando toma uma decisão, realmente se esforça para entender como é a vida das pessoas reais. Ela não tem amigas e não teve as vivências ‘básicas’ que a vida em sociedade tem o hábito de nos ensinar, como “qual é a forma de consolar alguém”. Você pode porventura, se irritar com ela por suas reações exageradas ou sua ‘alienação’, contudo, tenho certeza de que ela vai conseguir te conquistar. Por ser uma pessoa extremamente apegada a sua família, sua batalha para sair da bolha que sua família a colocou, não foi nada fácil, logo, a parte mais interessante é vê-la errar nesse caminho enquanto aprende a andar com as próprias pernas.
Mugino Hajime (Takeuchi Ryoma) é um homem prático que sempre batalha muito para alcançar sua desejada ascensão, ele é um ousado e extrovertido estudante de arte que não gosta de pessoas mimadas. Logo, quando ele conhece a alienada Kahoko, não deixa de dar a ela um choque de realidade a ela. Por mais que Hajime tenha uma função destaque na trama, eu não o considero um protagonista uma vez que sua história não é tão amplamente discorrida como a da Kahoko. Mas ainda assim, vemos um pouco do processo dele de deixar que alguém entre em sua vida e dar conselhos de vida para esta.


A trama também tem seus pontos de leveza que a deixam mais divertida, como quando pai da personagem compara os membros de sua família a diferentes animais; as críticas da Kahoko as pinturas do Hajime; e também as travessuras da Kahoko quando bêbada. Além disso, a trama tem uma segunda temporada focada no casal que é bem fofinha onde mostra um pouco mais da vida de casados deles, suas batalhas para conquistar seus sonhos, e sua interação com seus filhos no final.
Por mais que o crescimento da Kahoko seja o foco da trama, isso não nos deixa isentos do romance, que por acaso, é um dos meus casais japoneses favoritos. A trama deixa claro que por mais que a Kahoko tenha se apaixonado rapidamente, o Hajime não sede facilmente a ela, apesar de não a abandona, e seguir ajudando-a no seu processo de independência. Com isso, não acho que o Hajime tenha se apaixonado pela beleza, ingenuidade ou fofura da Kahoko, e sim, pela força de vontade dela de poder viver por si mesma. Além disso, a trama mostra que o amor é algo além de beijos e abraços, e sim, sobre apoiar nos momentos que mais precisamos.


O aspecto familiar também é posto na trama, retratando muitos problemas familiares como pais que são muito controladores, pais que se sacrificam por seus filhos, pais que abandonam seus filhos, filhos que não valorizam seus pais, adultos que não valorizam seus cônjuges, etc. Com isso, vemos que a trama não se mostra como uma família perfeita, mas é uma família que de certa forma é unida e apoia as empreitadas uns dos outros (até mesmo as ideias mais malucas). Contudo, não posso deixar de mencionar que o drama se preocupa em não nos fazer ‘engolir’ a situação familiar, não colocam os personagens como bonzinhos ou vilões, e sim, pessoas que as vezes ultrapassam limites devido as suas vivencias.
Como já disse anteriormente, a trama principal se trata do processo de libertação da protagonista, e este não é dado de maneira convencional como os outros jdramas. Quando falamos de um drama que tem o romance e sendo japonês, imagino que algumas de vocês, assim como eu, logo pensam que a personagem sairia da bolha que a família dela criou e se agarraria ao protagonista, mas incrivelmente, não é isso que acontece, Kahoko cria seu próprio caminho que não tem coisas que apareceram por ‘destino’ e / ou ‘coincidência’, uma vez que decide se libertar, ela realmente o faz e aprende a se libertar, por mais que ela siga algumas orientações do Hajime, esse foi um processo que ela vivenciou sozinha, e acho que por isso, gostei tanto da personagem.


Por mais que eu tenha muitos elogios a trama, não seria eu se também não tivesse reclamações, não é mesmo? Eu acredito que esse drama não mereça uma nota 10, mas talvez, um 8. No decorrer dos episódios senti que a trama esqueceu de alguns plots, como a questão do emprego, ela estava tão empenhada em sua busca até acontecer os problemas familiares que fazem com que ela se esqueça completamente de sua busca, como se fosse um desejo que nunca tivesse existido, e a questão do pai não estar contente com essa ‘educação alienante’ que a mãe dá a filha, e mesmo assim nunca dizer nada. Além disso, achei estranho o fato de terem incluído o casamento no final dessa temporada, a meu ver, não havia necessidade da inserção, uma vez que a Kahoko ainda estava no seu processo de amadurecimento e eles ainda estavam descobrindo melhor seus sentimentos, logo, por mais que eu goste da forma de amor do Hajime e da Kahoko, acredito que a trama deixou um pouco superficial já que não havia muito tempo para desenvolver.
Uma garota alegre, um amor sincero e uma família amorosa (até demais) são os pontos de destaque dessa linda trama que mostra o quão importante é o desenvolvimento dessa liberdade do amadurecimento, e este é importante tanto para a vida interpessoal quanto para si próprio, para entender mais sobre si mesma. Super indico para que comecem o drama, e mesmo se achar a Kahoko irritante, não desiste, você gradualmente se apaixonará por ela.
Overprotected Kahoko está disponível no Viki.
2 comentários sobre “Overprotected Kahoko: Uma proteção que machuca”