Our Beloved Summer: uma história de amor no ensino médio que retorna dez anos depois

Olá pessoal, como vocês estão? Hoje é dia de resenha e nada melhor do que uma de um drama que ainda está fresquinho na memória, não é mesmo? E por isso, nós duas (Alice e Brenda) resolvemos nos juntar para fazer acontecer mais rápido. Bom, Our Beloved Summer (ou, ‘Nosso eterno verão’) é um drama de comédia romântica sul-coreano produzido pela emissora SBS e possui apenas 16 episódios que podem ser assistidos na Netflix. Para quem vem acompanhando o IG desde dezembro, sabe que sempre fazemos algumas impressões semanais dos episódios deste drama, tentando sempre mostrar o tamanho do nosso amor por cada parte desta narrativa e é por isso que estamos aqui hoje, mostrar a vocês a maneira como compreendemos esta narrativa e o quanto amamos este drama. Então sem mais delongas, vamos a esta resenha.
Our Beloved Summer é um drama que nos faz refletir sobre nossos dias mais bonitos de verão, a felicidade de conhecer pessoas, vivenciar relacionamentos e acima de tudo, é sobre nossas lembranças dos momentos em que nos sentimos e que não nos sentimos solitários. Logo, acompanharemos quatro personagens nesta jornada de resolução de conflitos e amadurecimento, sendo estes Yeon Su (kim Da Mi), Choi Woong (Choi Woo Shik), Ji Woong (Kim Sung Cheol) e NJ (Roh Jeong Eui), cada um deles possui personalidades diferentes, mas que encontram um ponto de similaridade no sentimento de estarem sozinhos nesta vida, esse sentimento aparece para cada um deles de forma diferente, mas um ponto é certeiro as memórias que eles possuem de suas vivências influenciam na forma que lidam com o mundo, as memórias que eles guardam para si e que forjaram também possibilitam eles aprenderem sobre si mesmo e sobre os outros. No fim, o drama se mostrou muito mais do que uma história sobre um casal que termina, mas, sobretudo, sobre como nossas emoções pessoais influenciam na forma que nos relacionamos com o mundo.
Logo, o drama nos chama para sermos protagonistas de nossas próprias histórias, para aproveitarmos nossa vida, a solidão é uma consequência da forma que nos relacionamos uns com os outros, o verão não precisa ser somente uma memória distante. Assim, cada personagem de Our Beloved Summer aprende a como lidar melhor com suas vidas e com seus dilemas, aprende a como ser uma pessoa que realmente é protagonista de sua vida. Temos personagens vazios, melhor, temos personagens que se sentem vazios, mas que descobrem que eles podem preencher esse vazio dando pequenos passos em suas vidas. Entretanto, esses passos se tornam difíceis demais, uma vez que se acostumaram a estar sempre nas mesmas posições.

Choi Woong é um desenhista famoso, no entanto, só desenha prédios e nunca pessoas, ele prefere as coisas que não mudam. Sua natureza calma é perceptível pelas inúmeras plantas que cultiva, mas se o Woong é calmo por fora, dentro dele habita um turbilhão de sentimentos. Ele é um personagem que inicialmente não compreendemos plenamente, afinal de contas, o Woong parece ter tudo, mas por que suas feições e comportamentos indicam que falta algo? O Woong também é uma pessoa solitária, imatura, doce, generosa, que possuir a terrível mania de fugir dos acontecimentos da vida. A premissa de vida do Woong é o desejo de viver tranquilamente, ele não quer se esforçar para atingir um objetivo, não busca o muito, somente o simples. Woong deseja permanecer escondido, apagado, dentro da sua bolha de calmaria, não anseia enfrentar os obstáculos em seu caminho e possuir até mesmo um medo deles, medo de ser abandonado, de não conseguir e de não ser suficiente, assim, ele se anula. Logo, o quão prejudicial para si mesmo pode ser fugir dos seus obstáculos? Woong nos ensina que nem sempre fugir é a pior escolha, apesar de nem sempre ser a mais aconselhável. Sua trajetória incita a buscarmos sentido na nossa vivência e a encarar nossos medos.
Assim como o Choi Woong, poderíamos citar várias das ‘falhas’ que podemos ver na Yeon Su no decorrer da narrativa, mas estas seriam falhas reconhecidas apenas por aquelas que não conhecem ela profundamente, por isso, as primeiras impressões que tomamos da personagem não podem ser tomadas como reais, e ao invés de vermos a Yeon Su como uma pessoa fria e egoísta como o drama aparenta no início, ela na verdade é uma mulher introspectiva e solitária, que possui uma personalidade teimosa e orgulhosa, e por conta destas ela levanta um muro ao seu redor, este que apenas sua avó consegue alcançar, e aos poucos o Woong se aproximava, entretanto, ela se receou no caminho e o impediu de alcançar seus alicerces. No mais, a Yeon Su é uma mulher simples que apenas quer ser feliz sem precisar de ter medo de esconder seus sentimentos ou ter medo de voltar a se sentir sozinha. Com a Yeon Su aprendemos que às vezes, os nossos maiores empecilhos somos nós mesmos, somos nós que nos autossabotamos e deixamos a vida complicada, sempre é necessário parar e olhar ao nosso redor, aproveitar a vida que temos com aqueles que amamos, pois o arrependimento de ter deixado de fazer ou dizer algo é uma coisa que machuca mais do que o esperado.
Ji Woong é um observador nato, sendo um produtor de documentários acredita que o lugar mais confortável e adequado para ele é atrás das câmeras. Além disso, é o tipo de personagem que guarda a maior parte das coisas para si mesmo, solitário por natureza, ele sente que sua existência é miserável, nos dias de verão vividos pela Yeon su e pelo Choi Woong, ele acredita que na sua vida nunca existiu algo como o verão. Ele prefere fingir que é uma pessoa normal e sem problemas, enquanto carrega magoas profundas, prefere colocar a si mesmo para escanteio e esquecer de suas vivências enquanto observa a vida dos outros, ele não é o protagonista de sua história, não tem uma história para si, ele se sente descolado diante do mundo. Diante isso, aprendemos com ele o quão brutal e doloroso pode ser o ato de se esquivar e esquecer dos problemas e sentimentos, eles aos poucos vão te consumir e adoecer, então, é bom ter pessoas a quem confiar ao nosso lado, mesmo que não seja sempre, o momento em que tiramos para contar sobre nossos sentimentos e os nossos problemas, pode ser o mais aliviador.
NJ é uma personagem que por muitas vezes pode vir a te confundir – principalmente nas prévias dos episódios – entretanto, ela é uma mulher que dedicou sua juventude ao desejo pela fama, mas acaba sofrendo com as consequências, que neste caso, é o fato de que por mais que tenha inúmeros fãs, é uma pessoa solitária que é frequentemente julgada por ter atitudes normais que condizem com sua idade. Com ela vemos o preço da fama e o peso que carrega sobre si de ter que sempre máscara quem é, por isso, ela sempre busca a aceitação do seu público, até o momento que está exausta, do que vale um sonho se ele vai te deixar sozinha? Do que vale a fama se você não tem alguém próximo o suficiente para celebrar com você as coisas mais simples? Tudo gera consequências e quando se é uma pessoa pública, atos simples se tornam grandiosos. A Jornada da NJ, por mais que não ganhe grande destaque no drama, é uma de libertação, ao se tornar amiga do Woong e apreciar seus quadros a personagem entende que ela não está sozinha no mundo, que existem outras pessoas se sentindo vazias e solitárias como ela, assim, ela passa a mostrar seu verdadeiro eu.
A Yeon Su e o Choi Wong durante o ensino médio são convidados para fazer um documentário no qual era preciso os dois conviverem, como a melhor aluna e o pior aluno da escola eles não se deram bem de cara e começaram a implicar um com o outro. Das brigas dos dois, surge um namoro em que ficam juntos por cinco anos entre idas e vindas, até o dia em que se separam definitivamente. Só que os dois são obrigados a se encontrarem de novo dez anos depois que gravaram o documentário para realizar uma segunda parte do mesmo. O romance que se forma entre os dois personagens é um turbulento com várias cenas de tensão emocional, mas que vai se tornando doce e fofo, afinal, esse casal exala química.

Assim, inicialmente os dois se apaixonam um pelo outro mesmo tendo personalidades tão discrepantes, talvez pelo sentimento de compatibilidade que possuem, no sentido, que ambos eram jovens imaturos que se sentiam solitários e encontraram no outro o ‘pertencimento’ que precisavam sentir. Portanto, quando aconteceram os términos no passado eles acabavam voltando, pois era um namoro jovem, mas com raízes fortes, entretanto, quando voltam a se encontrar em outra fase de suas vidas, eles fazem dar certo. Eles são os próprios vilões e mocinhos dessa história, eles são os maus e bons nessa vida, eles são humanos nessa narração, sem aprofundamento lúdico ou irreal. São duas pessoas que não se gostavam, diferentes, opostas, que se amaram, que enfrentaram as dificuldades de um relacionamento imaturo, o não saber amar, a separação e os reflexos disso em cada um, como cada um enfrentou. Porém, são pessoas que quando amadurecem e conseguem reconhecer seus sentimentos, aprendem a fazer dar certo.
Our Beloved Summer é um drama que iniciou em 2021, entretanto, marcou o início de 2022 se mostrando ser mais um drama que pertence ao “novo formato de comédias românticas”, junto a Dali And The Cocky Prince (2021) e Hometown Cha Cha Cha (2021), e este novo formato é o qual apresenta um casal que consegue agregar um romance fofo e interessante sem precisar inserir plot chatos como familiares irritantes e intrometidos, brigas desnecessárias, separação sem motivos e rivalidade feminina/masculina, plots esses que podem ser vistos em comédias românticas famosas como Cinderella and four knights (2017) e outros.
A trama possui uma narrativa leve e um clima de verão, mas, ao mesmo tempo que é leve como verão, também possui a força que o mesmo propicia, por mais que acreditamos que o verão não é uma estação sentimental, Our beloved summer denota a intensidade desta estação em cada episódio, mostrando que o mesmo também pode queimar, que o verão é bonito e alegre, mas que por trás dele também existe o poder de cada emoção, que para se chegar no verão existe um caminho difícil a ser trilhado e que o mesmo não é uma estação vazia. Ser verão não é efêmero, ser verão é eterno, pois é algo que carregamos dentro de nós mesmos, para sermos verão e para ele não ficar somente na memória, é necessário enfrentar todas as outras estações, lidar com nós mesmos, mas, sobretudo, é agarrar com afinco as rédeas da própria vida, é querer e sair da zona de conforto, sair da fuga, abandonar os sentimentos de inferioridade e orgulho, dar adeus as mágoas e fazer de sua vida um documentário que valha a pena ser assistido. Com isso, o drama também nos mostra que não devemos ignorar o passado, forçar um esquecimento sobre nossas dores simplesmente porque nos machucam. Ao tentar ignorar ficamos presos aos sentimentos que nos colocam para baixo.
O drama utiliza o documentário como forma de cultivar as memórias dos dias mais bonitos deles no verão. Aquele documentário que Woong e Yeon su fizeram no passado marcou o momento da imaturidade deles, jovens inconsequentes que podiam errar. Já o segundo, mostra suas vidas adultas, que discorre sobre o quanto eles amadureceram e aprenderam a viver suas vidas. À vista disso, os vídeos são formas de preservar suas memórias e nossos momentos felizes. Permitem eles reverem seus próprios erros do passado e pensarem em seus próprios sentimentos diante de cada situação. Com isso, é interessante notar como os problemas atuais dos três personagens (Ji Woong, Yeon su e Choi Woong) surgiram na infância e como as questões que vivenciaram em tão tenra idade molda a forma que se portam diante do mundo. Acredito que seja importante a inserção dessa perspectiva na narrativa, uma vez que assegura que tais sentimentos não surgem do nada e nem vão embora facilmente.

Uma coisa que não nos falta para esta trama são elogios, a trama apresenta perfeição em todos os aspectos, seja a trilha sonora que faz com que a gente se emocione, a fotografia perfeita que faz com que a gente se apaixone, a figuração e principalmente, as atuações. Our Beloved Summer é um drama que inicialmente pode parecer como uma comédia romântica comum, mas aos poucos se torna notável o quanto cada detalhe conta nesta narrativa, agregando e influenciando nossas opiniões. Diante a isso, precisamos elogiar toda a fotografia da trama, e acima disso, elogiar a sacada do diretor e dos roteiristas de colocar títulos (que por acaso são títulos de filmes, e vocês podem conferir as referências dos filmes ao episódio no post anterior ou na guia “Our Beloved Summer”) conversam com o conteúdo do episódio, e principalmente, gostamos dessa premissa de ser uma narrativa desconstrutiva, vemos o lado de cada personagem aos poucos e vamos compreendendo suas ações. Entretanto, o maior elogio deste drama precisa ser dirigido ao elenco que entregou tudo, mostrando quanto eles se encaixavam em tais papeis, a cada vez que a Kim Da Mi ou o Choi Woo Shik choravam, era um momento emocionante, até mesmo os olhares atravessados, eles deram o melhor de suas atuações e agora seguimos esperando a Dispatch revelar este casal (Eles são reais e nós sabemos disso).
Acompanhar Our Beloved Summer foi uma delícia, ver o amadurecer de cada personagem e eles mesmos buscando resolver seus conflitos pessoais e correndo atrás daquilo que desejam, para que no fim, viessem a se tornar os protagonistas de suas próprias vidas. Este é um drama que faz com que reflitamos sobre o valor que damos a vida que levamos e as pessoas que estão a nossa volta sempre nos desejando felicidade. Assim como acompanhamos os dias de verão deles, os nossos dias de verão estão apenas começando, regados a alegrias (e lançamentos de dramas maravilhosos) que se tornarão lindas memórias.

Obrigada por lerem até aqui! Se quiserem conferir posts e tirinhas deste drama, CLIQUE AQUI
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