Bubblegum: de melhores amigos a amantes

Bubblegum: de melhores amigos a amantes

Oi pessoinhas, como vocês estão? Aqui é a Alice. Em meio as minhas anotações encontrei trechos de opiniões de um drama a qual eu tinha optado por não resenhar, mas algo me diz que ele merece ter esta chance, mesmo que não seja uma resenha extensa ou muito rebuscada (então me perdoem se ela estiver ruim). Bom, o dorama a ser resenhado é o drama sul-coreano Bubblegum, este que foi lançado em 2015 pela emissora sul-coreana tvN, ele possui apenas 16 episódios que estão disponíveis no canal do Telegram Cadê Meu Drama Antigo.

Bubblegum é um drama que contará a história de amor de dois melhores amigos de Infância, que a Haeng Ah (interpretada pela Jung Ryeo Won) e Ri-Hwan (interpretado pelo Lee Dong Wook). Após a morte da mãe da Haeng Ah seu pai passou a cria-la sozinha com muito amor, e após reencontrar sua amiga da faculdade – esta que havia se tornado uma mãe solteira –, ele passa a cuidar do filho dela também, fazendo com que Haeng Ah e Ri Hwan cresçam juntos, se tornando melhores amigos, quase irmãos. Mas quando eles entram no ensino médio, o destino teve que pregá-los uma peça fazendo com que o pai da Haeng Ah viesse a falecer da mesma doença que a mãe dela, e com isso, Haeng Ah se viu solitária em um vasto mundo, mas ao mesmo tempo, ela não estava sozinha já que seu melhor amigo nunca soltou a mão dela ou deixou de cuidar dela, e assim, fez com que ela morasse com ele e sua mãe, enquanto dizia a si mesmo que a partir daquele momento, faria de tudo para proteger as duas mulheres mais preciosas de sua vida.

Haeng Ah é uma adulta que teve que crescer mais rápido do que o esperado, por mais que tenha tido todo o suporte que necessitava, ela cresceu se sentindo uma intrusa na relação do seu melhor amigo e da sua mãe – esta que sempre fez questão de deixar clara a sua insatisfação por ter que cuidar dela – Ainda assim, ela não deixou de ama-los, de ser grata e ser feliz por tê-los como sua família. Haeng Ah é inegavelmente uma pessoa forte e que tenta sempre suportar todos os seus ‘fardos’ sozinha, isso, quando ela consegue enganar Ri-Hwan que a conhece como a palma da sua mão. Por mais que ela tenha perdido a sua única família de sangue, aos poucos ela construiu um novo laço com as pessoas, se reinventando e suportando, mostrando o quão forte ela pode ser, e é.

Gosto dessa personagem por toda força que ela transmite, e a mais forte de todas é a sua resiliência, a todo momento vamos vê-la pronta para recomeçar do zero, ela é como um brilho, ela emana luz e positividade por onde passa e isso é algo que me encanta. Mas ao mesmo tempo, ela também é uma pessoa que atura muitas coisas caladas, então é interessante ver que a trama também apresenta um crescimento dela, no sentido que ela se sentia muito solitária apesar de ter muitas pessoas a sua volta. Mas com o tempo, ela passa a abrir as portas para que essas pessoas possam adentrar mais em sua vida e fazer a diferença, coisa que antes ela achava que deveria fazer ou carregar sozinha muitos de seus problemas, isso se torna mais fácil quando ela passa a entender que pode dividir suas dores com as pessoas, bem como, ela pode compartilhar suas felicidades, uma vez que há muitas pessoas a volta dela que apenas querem vê-la bem e com um sorriso no rosto.

Ri Hwan é um adulto que também teve que crescer rápido, e por muito tempo, carregou consigo um sentimento de culpa por algo que seria inevitável. Além disso, desde pequeno ele tomou para si o ‘dever’ de que é o responsável pela segurança de sua mãe, logo mais, pela segurança de sua melhor amiga também. Pelo fato de ter perdido seu pai quando ainda era muito pequeno, ele via no pai da Haeng Ah o seu maior exemplo de homem, e não foge muito dos ensinamentos que ele lhe passou e cresceu saudável, protegendo sua mãe e acima de tudo, tomando cuidado para não ferir ninguém de forma direta ou indireta.

Este personagem sem dúvidas entrou para meus favoritos, não diria que entre os dez primeiros, mas ainda assim favorito, ele possui uma vivacidade forte e é extremamente maduro para enfrentar a vida, ele possui suas fraquezas, bem como sua força. Sozinho ele conseguiu alcançar seus altos patamares e leva uma vida leve e feliz, gosto como ele tem uma boa relação com as pessoas e distribui lindos sorrisos, acima de tudo, ele é uma pessoa calorosa que consegue dar força as pessoas a sua volta, mas isso não quer dizer que ele não precisa de apoio, e acho que o crescimento do personagem é em base a isso, ele descobre o seu verdadeiro amor e precisa lutar para mantê-lo, coisa que ele faz brilhantemente.

Além deles também tem os personagens secundários que são: Ji Hoon que é médico alcoólatra que trabalha junto com o Ri Hwa, a melhor amiga da Haeng Ah (não lembro o nome dela), Yi Seul que é a dentista que gosta do Ri Hwa, o Seok Joon que é ex da Haeng Ah, a mãe do prota, o pessoal do restaurante e o pessoal da rádio. Não vou me adentrar para descrever cada um deles e seus processos, primeiro pelo fato de não me lembrar completamente (percebam que nem os nomes eu me recordo direito, apenas maneiras de chamar que são associativas kkkk), e segundo por eu saber que serei tendenciosa com alguns deles (como sobre a amiga da Haeng, uma vez que não gostei muito da personagem).

Eu basicamente não sei definir um exato gênero para Bubblegum, este drama possui um formato especial, pois, podemos ver nele muitos momentos cômicos, com personagens secundários que estão prontos para enriquecerem a trama levando leveza entre uma cena ou outra, mas também, podemos classificá-lo como um romance, pois temos um casal maduro o suficiente para criarem um relacionamento saudável que vai avançando gradativamente, sempre respeitando o espaço do outro, principalmente pelo fato de se conhecerem muito bem, bem como, temos um casal secundário com uma mulher mais velha e um homem mais novo que tem o poder de nos encantar (e irritar) em alguns de seus momentos. Mas também, vemos momentos de emoção e reflexão acerca dos privilégios que temos quando possuímos amigos que estão dispostos a se findarem como nossos familiares, mesmo que não tenham nenhuma ligação amorosa ou de sangue. Bem como, o drama trata sobre maneiras de superar as perdas que podemos vir a sofrer ao longo da vida, e também, superar as adversidades impostas pelo ‘destino’.

Mas de uma coisa eu tenho certeza, Bubblegum é um drama que discorre sobre o amor de diversas maneiras, e todas elas, de forma realista e é sobre estes tipos de amores que quero comentar. Primeiramente, precisamos ter a certeza de que o amor não é visto apenas de forma ‘romântica’, mas sim, de todas as formas e é sobre isso que o drama discorre, temos o casal principal, este que acontece de forma lenta, primeiro no estágio da amizade que ajuda a solidifica um laço inquebrável já que eles se conhecem desde criança (inclusive, acho que o fator da infância foi muito bem utilizado nesse drama), então, gradativamente o tempo passa e eles começam a descobrir o que era aquele sentimento estranho que perdurava entre eles, que foi ‘ativado’ através de um simples beijo. Talvez pelo fato de terem uma amizade forte, mas o relacionamento amoroso deles foi algo bem bonito, onde trabalharam bem a questão do diálogo, pois por mais que tenham tido que aguentar uma turbulência muito pesada, eles se mantiveram firmes e juntos, mostrando que a cumplicidade no momento de dor era a melhor escolha que poderiam fazer.

Também temos a representação do amor entre idades diferentes, que é o da MC da rádio com o assistente, sendo este, um amor que também nasceu aos poucos, devido a convivência e a admiração. Temos o amor dos funcionários do restaurante para com a Haeng Ah e o Ri-Hwan pelo fato de terem os visto crescer, temos o amor de uma mãe para seu filho, bem como, temos o amor da Haeng Ah para com a mãe do Ri-Hwan que ajudou a cria-la e para os seus amigos que não abandonaram ela em momento nenhum. Veja bem, não são apenas esses amores que a trama apresenta, mas podemos simplificar dizendo apenas estes. A trama mostra que o amor é algo muito maior do que uma pequena frase ou atos escondidos, o amor é apoiar e estar presente nos momentos difíceis, superar e jamais, largar a mão do outro.

Uma outra visão sobre o amor que também me pareceu bem clara na trama, foi a imagem que o amor também é doloroso, onde por mais que estejamos dentro de um relacionamento amoroso, não sentimos confiança o suficiente para permanecer ou contar com aquela pessoa, este, que pode ser um relacionamento que causa mais solidão do que se estivesse propriamente solteiro. Sendo assim, a trama também trata o amor como um elemento que pode ir e vir, no sentido que, quando ele está presente, podemos não enxergar, mas quando ele se vai, percebemos a falta que faz e o buraco que pode ser criado em nosso peito. Com este tópico, fiquei me questionando mais sobre o amor, então este, também não seria o deixar ir? Às vezes amamos tanto uma pessoa, mas nosso físico ou o nosso mental não está bem o suficiente para apoiar este, então o mais correto a se fazer não seria deixar ir?

Ademais, a forma de amor que é mais retratada na trama, é o amor familiar. Bubblegum constantemente retorna a mensagem que existem vários tipos de família e uma das melhores é aquele que você escolhe, apesar de todos os laços de sangue existentes, é possível que se forme pessoas comuns que apenas querem apoiar a felicidade do outro, e este pode sim ser considerado uma família. E assim, o drama faz com que a gente pare e reflita sobre como estamos agora, ninguém está sozinho, todas pessoas possuem ao menos uma pessoa que está ali torcendo por você e sua felicidade.

No mais, acredito que eu não poderia definir que Bubblegum trata apenas de temas correlacionados com as formas de amar, a trama também trata as tramas de um ‘triângulo’ entre os secundários, onde eles tem sentimentos diferentes de um para o outro, o ‘alcoolismo’ do médico que trabalha com o Ri Hwa (não sei se ele pode ser realmente chamado de alcoólatra, mas a meu ver ele exagerava muito na bebida), a questão do sentimento de solidão quando há pessoas a sua volta, e não menos importante, todas as questões que circundam a mãe do Ri Hwa, inclusive, esta personagem teve uma narrativa que me encantou muito já que começamos o drama odiando ela (pelo menos no meu caso foi assim), mas aos poucos a trama vai mostrando o lado dela e os seus reais sentimentos, este que fazem com que a gente pare e repense sobre as dores do outro que a gente não enxerga, vemos apenas a crosta queimada do lado de fora.

Uma coisa que gostei muito na trama foi a humanização dos personagens principais e secundários, mostrando nos secundários que apesar deles amarem/gostarem dos personagens principais, e até mesmo tentarem ser como ‘um empecilho na estrada’ do casal, eles não são pessoas más, a secundária feminina por exemplo, eu adorei a inserção dela, não no momento em que ela toma uma determinada atitude (SPOILER – está atitude que se resume nela se humilhando por alguém que não a ama e deixou isso claro – SPOILER), mas eu realmente compreendi a loucura que estava em sua cabeça para o fazer, no mais, achei ela uma pessoa incrível a qual eu tive momentos de identificação. Ademais, achei que todos personagens foram muito bem representados a partir da premissa que todos são humanos reais, eles possuem suas fraquezas que são expostas, bem como, também são mais fortes do que aparentam, por mais que às vezes venham a errar, eles buscam apenas viver de forma única, preservando seus momentos para trabalhar seus amores.

Além deste ponto, outras coisas que simplesmente amo no drama são as suas osts viciantes e as atuações, acho que este foi o primeiro papel do Lee dong Wook que assisti a qual ele sorri muito tempo e é extremamente amável e fofo, não que os outros personagens dele não sejam bons, mas a maior parte deles são sérios demais, então adorei vê-lo neste. Na verdade, todo o elenco estava maravilhoso, o casal principal teve uma química gritante que fez com que eles entrassem para a minha lista de favoritos. E todo o elenco passou mensagens bonitas, reflexivas e emocionantes.

Em contraponto, apesar deu gostar muito de como a trata desenvolve diversos tópicos, eu não poderia deixar de reclamar de algumas coisas na narrativa, não é mesmo? Dentro do caminhar da trama, me deparei com algumas coisas que não gostei como o fato da secundária começar a ‘mudar’ aos poucos seu estilo para fazer com que o cara que ela goste comece a reparar nela, quando não era algo necessário já que ela era simplesmente linda da maneira que era, além deste, a intromissão dos pais na vida dos filhos é algo muito forte na trama, principalmente com a secundária que precisa ficar ouvindo sua mãe reclamar todos os dias de suas roupas, do trabalho que a mesma escolheu e do fato de não ser casada e não ter um namorado.

Enfim gente, como falei anteriormente, essa é apenas uma resenha para não passar em branco, por isso ficou pequena e rasa, mas espero que eu tenha conseguido apontar os pontos principais. Bubblegum é um drama simples de ser assistido e que pode ser facilmente maratonado em um ou dois dias, ele também é aquele tipo de drama capaz de acalentar nossos corações cm cenas fofas do casal, engraçadas com o pessoal do trabalho, e emocionantes com as reflexões e memórias que o drama apresenta. Bubblegum é um drama que pode sim se associar a uma bolha de chiclete, há momentos que é mais doce e leve, há momento que é mais duro e denso, mas sem dúvidas, é um drama que gruda na gente fazendo com que a gente sinta um mix de sensações leves, que fazem com que a gente deseje cada vez mais.

Alice Rodrigues

Estudante de Comunicação social – Jornalismo, e atuando como social media, criadora de conteúdo digital e assessora de imprensa. Além de amar conhecer novas culturas, é viciada em ler e ouvir inúmeros podcast de assuntos variados. Dorameira desde de 2016, adora acompanhar e analisar narrativas e conteúdos que fazem parte da criação de um drama (elenco, filtros usados, fotografia, simbologia das cenas e outros).

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