Vincenzo: Impressão semanal – episódio 9 e 10

Olá pessoinhas, como vocês estão? Hoje é dia de impressão semanal, e os episódios 9 e 10 de Vincenzo estão dando o que falar. Diferente dos episódios de semana passada, estes foram mais pesados, e concluíram a primeira fase do drama, com isso iniciaram toda a emoção que a drama ainda nos trará. Com muitos pontos em comum, esses episódios revelam as verdadeiras faces dos personagens principais, mostrando o quão brutais o (vilão) e o Vincenzo podem vir a ser, bem diferente do que o drama tinha direcionado o nosso olhar até o momento.
Podemos definir a transição do episódio 8 para o 9 como ‘um sopro de alegria e um balde de água fria’, enquanto no oito tivemos muitas cenas fofas, engraçadas e que revelaram o show de química que os personagens principais têm, já no nove, tivemos muita tristeza e crueldade. Os personagens que sempre soubemos que eram ‘maus’, se mostraram tão perversos quanto antes, e os personagens achamos que estavam se estabelecendo, tiveram mais uma conturbada em suas vidas. O episódio 9, sem dúvidas conseguiu nos trazer muitas reflexões, esta trama tende a reutilizar cenas de diálogos para reflexões e com elas, fazer com que as analogias se tornem mais claras, uma a qual podemos perceber é em relação ao pombo que visita o Vincenzo frequentemente para perturbar a sua paz. Veja bem, este pombo sempre é mostrado em momentos ‘chave’ onde a mente do Vincenzo está a mil por hora, como quando recebe a carta da penitenciaria de sua mãe no primeiro episódio, e neste episódio, quando a Cha Young pede para que ele a deixe ir para sua casa, e neste momento, além da ‘Inzhagi’, aparecem três outros dentro do seu quarto, inicialmente parece que é um tópico criado para gerar o humor na trama e fazer com que o Vincenzo e a Cha Young dormissem no mesmo cômodo, no entanto, se parar para analisar as cenas, podemos ver que ele é o pivô da loucura do Vincenzo e de alguns feitos dele quando o pombo tirava seu sono.
O presente episódio nos remete a ideia do cuidado de formas diferentes, e as cenas que nos mostraram sobre o cuidado estiveram estreitamente ligadas a um alimento em comum, que foi a batata-doce, a sua aparição ocorreu de diversas formas diferentes, podemos vê-la assada com a casca queimada, assada e bonita por fora, frita e até mesmo sem a casca, apenas cortada. Inicialmente a sua aparição pode ser dada como um mero elemento de cena, no entanto, as suas aparições sempre aconteceram em momentos chave que resultaria em algo depois (em sua maioria, momentos ruins), como a cena dela queimada com o Vincenzo e a Cha Young e depois eles são envolvidos na invasão da casa da Cha Young, depois ela aparece no jantar do Vincenzo e Cha Young com os familiares das vitimas e ao final do episódio elas acabam perdendo suas vidas, e um outro momento é quando eles se encontram com o procurador e vemos a batata novamente, e depois disso os caras são encontrados mortos. Então a batata seria a previsão de algo ruim? Chegamos a conclusão de que sim, ela pode ser vista dessa maneira, tanto que a própria Cha Young enquanto come diz algo similar a ‘não posso comer algo que gosto tanto antes de concluir meu objetivo’, e se olharmos para todas as cenas a que estas batatas aparecem, e percebemos que elas antecedem acontecimentos importantes. Sendo assim, nos viajamos demais ao chegar a essa conclusão e ela é apenas um alimento comum que eles comem no frio ou realmente podemos ver a batata como um elemento de ‘previsão de que algo ruim acontecerá’?
O episódio também foi uma marco para vermos a verdadeira face de alguns personagens que não tínhamos percebido inteiramente, como o Joon Woo, por mais que ele sempre se mostre carismático e que seja uma pessoa que goste de incitar o caos e o admirar de longe, ele é uma pessoa que não tem piedade e tampouco se importa com seus feitos a partir do momento em que ele se sente ‘bem’. Conseguimos enxergar um pouco mais de sua capacidade e isso faz com que tracemos um caminho para ele, e nenhum desses caminhos trilha a uma ‘redenção’. Além dele vemos o irmão dele, o Ceo da Jang, que tenta tomar as atitudes que acha certo sozinho, ultrapassando as ordens do seu irmão. E por fim, vemos um Vincenzo mais emotivo, as suas expressões faciais foram maravilhosas, pois vemos que o momento em que ele recebe um abraço de agradecimento foi importante para ele pelo momento de conforto e logo depois essa mesma pessoa que o abraçou é encontrada morta através do fogo (elemento o qual sempre foi um ‘escape das emoções’ para ele, sendo assim, da mesma forma que o fogo ajuda ele a esquecer e fugir de certas emoções, ele também o aprisionada a outros sentimentos), o medo nos seus olhos ao ver a Cha Young inicialmente em um momento de fragilidade, e o medo em seu olhar, ao pensar na possibilidade dela não o enxergar mais como aquele amigo dela, caso saiba sobre as mortes que ele ocasionou.
Sendo Assim, o episódio nove tem como palavra-chave o ‘cuidado’, ele é sobre ter cuidado com a comemoração antecipada (no caso, comer algo que gosta tanto antes de ter a ‘glória’ no que faz no momento), ter cuidado para proteger quem gosta (como no momento em que o Vincenzo ajuda a Cha Young quando sua casa é invadida), ter cuidado com as suas palavras (os promotores se anteciparam dizendo o que queriam e um deles acabou perdendo a vida, pois não teve cuidado com quem estava lidando) e cuidado sobre as pessoas a quem você dá confiança. Ademais, o episódio deixa claro que todos os personagens têm suas índoles moldadas e aos poucos vamos vendo suas faces, e que nenhum cuidado é pouco.
Eu não sei nem por onde começar a comentar sobre esse episódio 10, acredito que tenha sido um episódio carregado de emoções, a surpresa, ansiedade e apreensão são as que nos encontraram na cena final do episódio. Nas cenas iniciais o episódio já começa também carregado com a tristeza e a culpa, sentidas pela Cha Young e pelo Vincenzo, com a morte dos familiares das vítimas da Babel. O ritmo do episódio é estabelecido ali, e a partir desse ponto já estamos com o coração na mão e seguimos assim, o episódio é basicamente sobre o Vincenzo e a Cha Young tentando se vingar das mortes das vítimas e procurando o Babo (Chefão da Babel). Como sempre estamos acostumadas a fazer, acredito que três palavras marcam o episódio e resumem bem nossas intepretações sobre ele, são as chamadas palavras-chave “aparências”, “essência” e “podridão”, elas estão intimamente relacionadas, vou tentar explicar com o que o episódio nos apresenta.
A cena que mais me marca nesse episódio e que foi ponto de reflexão para puxar todas as intepretações é a que o Vincenzo e a Cha Young conversam com o promotor sobre maçãs podres no escritório de advocacia. O promotor espera que o Vincenzo e a Cha Young o ajudem em relação aos homicídios por vias da lei e os protagonistas já decididos em não buscar justiça, mas sim, vingança, recusam a oferta. O Vincenzo, pegando uma maçã, diz: “Veja esta maçã. Esse lado está podre e este lado não está. Esta metade podre, metade comestível. Sendo assim, a maçã está podre ou não? Não chamamos de maçã meio comestível, mas de maçã podre. Embora haja promotores como você, que não são podres, no fim das contas, a organização é uma maçã podre”. Dito isso, os protagonistas afirmam que o problema não é uma pessoa, mas toda estrutura que envolve, nesse caso a organização jurídica e da sociedade em si, o lado podre – as pessoas corruptas, gananciosas e assassinas – acaba alastrando todo o resto e não tendo salvação imediata.
Esse ponto da maçã podre facilmente se aplica aos outros personagens nesse episódio de diferentes formas, não apenas a estrutura corrupta que o Vincenzo menciona na conversa com o promotor. Veja só, a Cha Young, em uma das cenas do episódio 10, pensa que a maçã do cesto está comestível ao somente ver o lado bom dela e quase ingere a fruta, mas quando olha para outro lado da maçã percebe que ela está podre, assim, o Sr. Nam, que trabalha com ela no escritório alerta “ Estão todas podres” referente ao cesto de maçã. Assim, a pergunta reflexiva que direciona é: Não seriam os personagens, em menor ou maior medida, como uma maçã podre? O embate entre o Vincenzo e a Babel não estaria chegando no ponto de se tornar também podre?
O que sabemos é que esse episódio é um ponto de entrada que nos ajuda a entender melhor o Vincenzo (o episódio anterior também) e, de certa forma, também o Joon Woo. Comparo o Vincenzo como uma maçã podre, não exatamente no mesmo sentido da conversa que ele tem com o promotor sobre o assunto, mas no que se refere aos sentimentos, ao fato de cada um em menor ou maior cultivar sentimentos podres, que tendem a corromper e a colocar mais para baixo. Vincenzo não é moralmente podre, como o Joon Woo, ele tem seus princípios que estão bem denotados no episódio, mas o tipo de guerra que ele empreende onde é “tudo ou nada” acabou revelando as outras faces do nosso personagem nesse episódio, as faces mais pesadas, que em um primeiro a Cha Young, assim como na hora que ela tenta pegar a maçã no cesto pensando que está em perfeito estado, não conhece totalmente, não está plenamente conectada. Quem vê o lado mais leve do Vincenzo não pensa que ele cultiva também sentimentos podres, tais como: culpa, raiva, medo, abandono, solidão, que são denotados ao longo das cenas do personagem no episódio.
Quando me refiro ao sentimento de culpa no Vincenzo é basicamente em relação a morte dos familiares das vítimas e ouso dizer que até mesmo em relação ao pai da Cha Young, esse sentimento de culpa a nossa protagonista feminina também possui em relação ao mesmo aspecto – explicito na cena que o Vincenzo menciona a mensagem do pai dela para ela, ela realmente parece arrependida e culpa de não ter ouvido anteriormente o pai. Só que no caso do Vincenzo quando ele ver os corpos das vítimas no carro parece haver algo mais, o drama mostra um flashback dele matando algumas pessoas e no meio disso aparece um urso com sangue remetendo há uma criança, será que, mesmo indiretamente, o Vincenzo foi responsável pela morte de uma criança? Foi o questionamento que veio a nossa mente na hora. Não podemos saber a resposta mais uma coisa é certa, nosso protagonista parece carregar dentro de si um peso de culpa, um sentimento que notoriamente não faz bem para ele, por isso mesmo, podre. Não apenas culpa, mas é possível sentir a solidão do personagem também, que ficam explicitas nas cenas com a Cha Young ou até mesmo com a mãe, no episódio anterior ele chega a dizer que prefere se manter longe das pessoas.
As injustiças e os embates com a Babel também geram um sentimento de raiva e o medo vem não dos vilões da história, mas de que quem ele gosta se machuque e o medo também dele próprio se machucar sentimentalmente. Todos esses sentimentos são podres porque criam uma nevoa pesada sobre o personagem, porque assim como algo que está podre, as outras partes podem ser deterioradas, os sentimentos ruins que o Vincenzo carrega dentro de si podem se apoderar dele no sentido de se tornarem pesados demais para serem carregados, tendendo a tomar conta do personagem e o levando para um buraco emocional mais fundo. Logo, não estaria uma parte do Vincenzo também podre? Ele não estaria escondendo alguns desses sentimentos ruins para ele e deixam a aparência como se estivesse tudo bem? É por isso que mencionei a aparência e essência inicialmente no texto, pois no tocante a aparência o Vincenzo parece calmo e sem perturbações, mas sua essência não estaria cheia de perturbações? Acho que o episódio, sobremaneira na cena com a maçã podre, mostra que nem tudo que se parece é. Também faz refletir a denominação diabo que o Vincenzo associa a própria figura dele mesmo, ele se acha um diabo, ele realmente é um?
Assim, se os nossos dois protagonistas possuem o que chamamos de sentimentos podres como “maçãs podres”, o nosso vilão principal denominado “Babo” ou para os íntimos Joon Woo, também é uma maçã podre, só que nesse caso é no sentido absoluto da expressão e ele prova isso com certeza nesses dois episódios. O Joon Woo é uma maçã podre que contamina as outras maçãs do cesto, o caso dele não é igual o do Vincenzo ou da Cha Young que as partes e sentimentos ruins podem ser cortados e regenerados, como quem ele é, o Joon Woo está completamente podre. Ele não hesita em matar e não se importa nem um pouco com as outras pessoas, em tirar vidas inocentes ou em fazer qualquer atrocidade, o curioso é que a única pessoa que ele parece sutilmente se importar ou querer para si é a Cha Young (ceninhas de ciúmes do Joon Woo temos sim kkk). A cena mais interessante do vilão para nós é a que ele parece revelar suas verdadeiras motivações e porque se esconde sua identidade para a ex-promotora, além dele achar eletrizante como um jogo, o Joon Woo parece se senti como um deus, ele gosta de fazer as pessoas sofrerem enquanto está escondido, a sensação de ter o controle de tudo. Perceba como é contrastante, enquanto o Vincenzo associa sua imagem ao diabo, o Joon Woo associa sua a um deus, é por isso que ele tem uma sensação de glória ao olhar para a maquete do prédio enorme, ele tem a ganância de ser igual a uma divindade, mas, voltando para a oposição essência e aparência me questiono: até que ponto Joon Woo é realmente um deus? Até que ponto ele pode controlar o jogo? Será que sua podridão vai continuar se alastrando sem consequências fortes para ele? Ele parece ter percebido que a guerra oficialmente começou, melhor dizendo, Joon Woo notoriamente viu que o Vincenzo não é apenas um parceiro de luta, mas um oponente a altura, as linhas do morrer ou matar ficaram bem claras na história a partir desse episódio, agora é “ou mata, ou morre”.
Obviamente, não posso expor o lado “maçã podre” de todos os personagens da história, Cha Young e Vincenzo fizeram um “jornal” para provocar que também mostrou um pouco do lado podre dos nossos vilões. O irmão do Joon Woo parece querer tomar uma ação, ele já deu alguns passos sem o comando do irmão nos episódios anteriores, mas o medo parece o impedir, algo está por vir em relação a ele, que até tenta esconder sua podridão com um modo ingênuo, mas que não nos engana. Quanto ao chefe da Wusang parece que o medo do Joon Woo está gerando nele pânico, o que pode vir a ser ruim para o mesmo, quem sabe. Até os moradores do prédio parecem se encaixar na questão da maçã podre, já que a podridão toma conta deles no sentimento de ganância pelo ouro do prédio. De forma geral, a Cha Young e o Vincenzo continuam protagonizando umas cenas bem fofinhas (Como pode essa química só aumentar? amoo), a cena que ela corre para abraçar ele (corações). No entanto, acho que a cena que fica em nossa cabeça é a final, em que o Vincenzo diz saber quem é o “Babo” e olha pro rumo do Joon Woo (tenho minhas dúvidas se ele realmente vai descobrir que é o Joon Woo). Diante disso, algumas perguntas ficam: Será que o Vincenzo descobre que o Joon Woo é o chefe da Babel? Se um lado do Vincenzo está podre (com os sentimentos que o corrói que ele alimenta), esses sentimentos podem crescer a ponto de tomar conta dele? Até que ponto os sentimentos podres que o Vincenzo cultiva podem impedir ele de chegar mais perto da Cha Young?