Start-Up: Impressão semanal – episódio 11 e 12

O que dizer desses episódios não é mesmo? Tivemos uma montanha de emoções causados pelos últimos acontecimentos e acima de tudo também tivemos o amadurecimento de personagens e um maior desenvolver da história. Para começar essas impressões semanais queríamos tocar em um assunto que vimos alguns comentários essa semana, lemos muitos comentários parecidos com “Se ela não ficar com ele, esse drama perde a graça e será decepcionante” não com essas palavras propriamente ditas, contudo, no mesmo contexto.
Queríamos dizer o quão triste ficamos ao ler isso, vocês (com vocês, eu quero dizer a quem escreve esse tipo de comentário) tem noção de que quando dizem isso vocês menosprezam o trabalho de várias equipes? Quando você direciona o seu olhar em uma trama avaliando ela apenas pelo casal você não está prestando atenção nos ensinamentos da trama em si, e sim, está apenas focando no superficial, então o nosso pedido é que, vocês comecem a olhar o verdadeiro sentido que Start-Up está trazendo, independe de para quem você shippa, enxergar os acertos e os erros de TODOS OS PERSONAGENS, e saber interpretar o que trama quer passar (independente se as pessoas concordam ou não com a sua interpretação) são pontos fundamentais para que você entenda uma narrativa, principalmente se tal narrativa for Start-Up que traz muitos significados nas entrelinhas.
Esclarecida nossas frustações no parágrafo anterior, vamos comentar agora os episódios 11 e 12 respectivamente apontando nosso olhar e tem muita coisa a ser comentada, Jesus!
Episódio 11
O que marcou o episódio 11 foi o fato dele ser um sopro de esperança e um balde de água fria ao mesmo tempo, notamos a força e garra da Samsan tech para vencer o Demoday e alcançar seus objetivos, e logo depois os acontecimentos referentes ao Alex e aquisição dos desenvolvedores. Além disso, foi um episódio marcado por reflexões importantes e esclarecimento nas relações dos personagens.

No âmbito das reflexões importantes advindas com o episódio, uma das cenas mais marcantes e até mesmo emocionante foi a do Pai do Do San e a In Jae no Demoday, para além de todos os enlaces amorosos, acreditamos que Start-Up está aproveitando a pauta de tecnologia para proporcionar reflexões em torno dos limites da mesma, até que ponto ela pode ajudar ou destruir, bem como sobre o encontro entre o velho e o novo (o ritmo das mudanças). Por exemplo, nos episódios anteriores temos a pauta sobre a vó da Dal Mi e as pessoas com deficiência visual, e nesse sobre o pai do Do San e a perda de empregos causados pelas soluções tecnológicas, de certa forma, Start-Up advém para mostrar que tudo tem dois lados, o bom e o ruim, assim como os personagens da história.
Já temos que aplaudir o pai do Do San e deixar claro que ele arrasou, uma fala que mostrou a posição do personagem perante as mudanças na sociedade que ele vive como um membro de uma classe diferente e de uma geração diferente, mas também um discurso que no fim denotou o apoio que ele passou a oferecer ao filho, depois da conversa que ambos tiveram, vendo enfim o Do San como o dono de suas próprias decisões, um ser humano diferente e independente dele, luta que o personagem do Do San vem travando no drama de certa forma.
Nesse sentido, a personagem da In Jae também mostrou seu crescimento, e sim foi um crescimento bem sutil e gostaríamos que fosse mais revelado, mas nesse episódio 11 ficou claro que ela enfim visualizou seu real objetivo, além do dinheiro, de acordo com ela “quero tornar o mundo um lugar melhor”. Não gostamos da atitude dela perante ao pai do Do San, em ter exposto a relação pai e filho dos dois, mas não é do dia para a noite que ela vai tomar todas as atitudes agradáveis seria muito diferente da personalidade dela.
Um pouco do processo de amadurecimento do Ji Pyeong foi mostrado nesse episódio também, o personagem vem passando por um processo interessante, o confronto do amigo do Do San com o Ji Pyeong foi um recurso utilizado para o “menino bonzinho” refletir sobre suas próprias atitudes ao longo da vida, gostamos muito de ver ele percebendo o quanto foi rude tanto com o irmão do amigo do Do San quanto com o pessoal da SamSan Tech. O resultado disso foi a percepção, através de um momento de reclusão do personagem, que as opiniões dele estavam certas, mas a maneira que expressava estavam erradas (levando em conta que nem todas as pessoas são resilientes como a Dal Mi que conseguem ouvir uma crítica pesada e a tornar construtiva, as vezes uma palavra dura é a ruína de alguém), e a simples frase de agradecimento da Dal Mi conseguiu o confortar enquanto ele se martirizava sozinho e isso é algo que precisamos reconhecer independente se torce ou não para que ele fique com a Dal Mi.


Falando em torcer e em shippar, não poderíamos deixar de reafirmar nosso shipp nesses comentários sobre o episódio 11 e comentar as cenas deles. Para nós, foi um episódio esclarecedor nesse sentido, no começo do episódio observamos a confusão da Dal Mi em relação aos sentimentos, apesar dela ter gostado do Do San propor o recomeço da relação deles ela ainda não sabe como distinguir esses sentimentos, uma reação comum dada a tempestade advinda com a revelação da mentira (confesso que pensamos que teria mais drama nessa questão da mentira aliás). Entretanto, ao longo do episódio reafirmamos nossa percepção como a relação que Dal Mi e Do San construíram até então é de apoio e como a conexão deles está viva querendo ou não, por exemplo, a cena no DemoDay que a Dal Mi está em dúvida se muda ou não o número de precisão na hora da apresentação e ela olha pro Do San e ele para ela, ali eles se comunicam no olhar ou até mesmo quando o Do San tem atitude de mostrar o lugar onde a Samsan Tech começou. Mas, sem dúvida a cena mais marcante é a do epilogo quando a Dal Mi olha pro Do San dormindo, nesse trecho o drama oferece o entendimento que a Dal Mi tem sentimentos recíprocos em relação ao Do San, parece que ali ela coloca os sentimentos no lugar e sorri, mas não podemos esquecer que vem uma tempestade por aí.
Em suma, o episódio onze traz momentos cruciais para a equipe da Samsan, por um lado eles conseguem mostrar o seu valor, o seu grande potencial de crescimento, e por outro eles tomam um banho de água fria ao assinarem o contrato. Sobre esse ponto, vimos muitos comentários dizendo “a culpa é do Do San” e hoje li até mesmo um dizendo que “a culpa é do mentor ruim deles” e precisamos afirmar que, discordamos de ambas afirmações, assim como o Ji Pyeong diz ‘a parte ruim não está no contrato, e sim na intenção dele’, não tinha como a equipe simplesmente adivinhar que tal coisa aconteceria, contudo, depois de refletir bastante (e xingar o Alex mentalmente) conseguimos entender o motivo do acontecimento.

O fato deles terem caído nisso mostra que qualquer pessoa está suscetível a cair em uma ‘pegadinha’ como essa. É óbvio que a equipe da Samsam tech tomou uma atitude imprudente, mas não é passível de ser condenada por isso, a ambição e o fato de estarem cada vez mais perto do sonho cegaram eles, bem como a inocência da equipe no ramo dos negócios são pontos a serem observados nesse ínterim. No fim, foi mais uma das voltas que a vida faz, só resta descobrir o que essa volta e possível separação vai acarretar na vida dos personagens, o episódio 12 começou a introduzir essas possíveis mudanças.
Episódios 12
Sobre o episódio 12, precisamos dizer que foi muito bom, acreditamos que essa separação para o casal será boa, afinal o Do San ainda precisa crescer mais um pouco (assim como a Dal Mi), talvez o fato deles se separarem de a possibilidades de recomeçarem a sua história sem a mentira ou o passado no meio.
O episódio trouxe à tona vários tópicos interessantes, começando com um passo da In Jae para o amadurecimento, realmente gostamos do fato da Dal Mi dizer que estava sim com inveja e com isso, perceber o quão imatura estava sendo, obviamente ela não vai mudar drasticamente em um piscar de olhos, mas o fato de admitir a dona da SandBox a verdade sobre a história, já é uma passo largo em seu amadurecimento, e o fato da Dal Mi ir trabalhar com ela agora pode ajudar ela a crescer mais e talvez uma reconciliação entre as duas.


Falando em amadurecimento, queria falar sobre o Yong San e sua vingança, achamos incrível a maneira que ele busca a vingança pelo seu irmão, ele não pensa em ser mais rico ou ter uma posição de trabalho melhor, e sim, quer apenas mostrar o seu valor, uma vingança muito madura já que não é como em outros dramas onde a vingança é “vou acabar com você e te deixar sem nada” ou “quero fazer justiça com minhas mãos”, a vingança dele é algo moral, onde ele pode provar que é sim capaz através de suas atitudes e chegar onde disseram que ele jamais chegaria. E o fato da amizade do Yong San, Do San e Chul San não estragar apesar das escolhas dele, foi incrível mostra que eles podem compartilhar um sonho e ser capaz de evoluir juntos para se tornarem pessoas melhores em todos os aspectos.
Atrelado a isso, há também o desenvolvimento do Ji Pyeong que está sendo trilhado de forma contínua desde do episódio 11; assim, no episódio 12, o chamado ‘menino bonzinho’ protagoniza mais uma cena emocionante com a vozinha (os dois juntos é sinônimo de lágrimas, não é?), resultante da introspecção feita por ele, o personagem externalizar seus erros, reconhecendo e deixando claro a luta que trava consigo mesmo, entre seus sentimentos, essência boa e a necessidade de cobrir e reprimir por uma veste dura. O ponto de importância é que o Ji Pyeong soube reconhecer que estava errado, a tomada de consciência, um passo importante que tanto ele quanto o Do San fizeram nos episódios até agora lançados.
Sobre a briga que Ji Pyeong e Do San entraram, pensamos que a atitude iniciar uma briga feita pelo Do San não foi do nosso agrado, havia outras formas de resolver, e recorrer a violência não é uma boa forma, entretanto, por outro lado, quando a briga terminou a sensação que ficou foi que eles precisavam desse momento para aliviar as frustações e extravasar. Não foi a melhor maneira. Aquelas cenas que servem também para explicitar a rivalidade masculina, elemento que não somos tão fãs. Há uma imaturidade presente em ambos os personagens, principalmente na inadaptabilidade em lidar com seus sentimentos.

Assim, enquanto o Ji Pyeong olhava demais para si mesmo, o Do San olhava demais para as outras pessoas, as duas formas não boas, pois no primeiro caso um esquece de ver o efeito de suas ações nas outras pessoas e no segundo caso o outro esquece de si mesmo e se anula ouvindo apenas as palavras das outras pessoas. As cenas que antecedem a ruptura no relacionamento da Dal Mi e do Do San muito conta sobre o jeito de olhar as coisas do Do San e a maneira que ele encarou e passou a encarar seus sonhos. O Do San confessa que por muito tempo não foi capaz de entender o que seria esse sonho ou o que seria seguir seu sonho escrito na bola de beisebol, o próprio flashback do passado denota isso com seu pai sussurrando para o jovem Do San o que deveria ser seu sonho e não ele descobrindo por ele mesmo. O personagem por muito tempo se sentiu perdido, sem ambição, e a vinda da Dal Mi proporcionou um rumo para ele. Por outro lado, ao terminar com o Do San, fica notório que a Dal Mi sente o peso das palavras ditas pelo Do San ao telefone; o peso do Do San em muitos momentos não se importar com ele mesmo; a necessidade de independência que o próprio Do San tem que adquirir; a culpa que a Dal Mi sente como se ela fosse o motivo dele desistir dos seus sonhos próprios, perder uma chance para se tornar a pessoa que ela queria; a possibilidade dele mais uma vez como o sonho dele à mercê de uma pessoa.
Em outras palavras, a atitude da Dal Mi é fruto do reconhecimento dela da maneira que o Do San encara a vida, se diminuindo sempre, e também uma forma de colocar a cabeça para cima e se preparar para um novo recomeço, eles não abandonaram as aspirações deles, porém vão atrás de novas maneiras para atingi-las, quem sabe agora mais fortes do que antes. Não acredito também que eles estariam prontos para um relacionamento agora, é bom deixar as poeira baixar e todas as dúvidas sumirem e eles amadurecem, é o que esperamos.


Esses episódios mostram que a trama faz uso de muitas palavras chave, em torno desses últimos episódios conseguimos perceber que tudo gira em torno das palavras: “aceitar”, “Desistir”, “Recomeçar”, “Acordar” e “sonhar”.
Todos os personagens passam por situações que as envolve, seja aceitar que a culpa era somente deles , seja acordar para realidade que a vida perfeita não existe ou tentar recomeçar, seja se aliando a quem você não consegue superar ou tentando sozinho. Para fechar e abrir para as opiniões de vocês (eu me pergunto se vocês leem tudo kkkk), queríamos dizer que ainda não temos uma ideia formada quanto a prévia, já fomos constantemente troladas e as vezes o dito parece ser uma coisa e na hora do episódio não é exatamente como pensamos.
Sendo assim, a nossa esperança para os próximos episódios é que continuem com a maneira que estão construindo a narrativa que é uma forma incrível, e que o artificio da passagem de tempo seja usado da melhor forma, já que ele tem o poder de fazer com que a narrativa se perca.
Texto de Start-Up por: Alice Rodrigues e Brenda Mendes
Imagens: Reprodução/tvN