K-dramas adotam formato mais enxuto: Temporadas reduzidas ganham popularidade

K-dramas adotam formato mais enxuto: Temporadas reduzidas ganham popularidade

A indústria dos dramas sul-coreanos têm passado por uma transformação significativa nos últimos anos. Tradicionalmente compostas por 16 a 32 episódios, essas produções estão adotando um formato mais enxuto, com temporadas de 10 a 12 episódios. Essa mudança reflete uma adaptação às novas demandas do mercado e aos hábitos de consumo do público.

Os hábitos de consumo do público atual refletem a fluidez e a volatilidade características da sociedade contemporânea. De acordo com Zygmunt Bauman, em sua obra “Vida de Consumo”, vivemos em uma era em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis e maleáveis, assemelhando-se a líquidos que se moldam conforme o recipiente que os contém.

Essa liquidez se manifesta nos padrões de consumo, onde a busca por experiências imediatas e a constante adaptação às novas tendências são predominantes. Nesse contexto, os consumidores tendem a preferir produtos e serviços que ofereçam conveniência e flexibilidade, alinhando-se às suas necessidades momentâneas. Essa mudança de comportamento influencia diretamente a forma como conteúdos audiovisuais, como os dramas, são produzidos e consumidos, levando à adoção de formatos mais curtos e dinâmicos que atendam às expectativas de um público em constante transformação.

A redução no número de episódios oferece diversas vantagens. Narrativas mais compactas permitem um ritmo mais ágil, eliminando subtramas desnecessárias e mantendo o interesse do público do início ao fim. Além disso, produções mais curtas podem ser mais econômicas, permitindo que os recursos sejam direcionados para melhorar a qualidade geral, como efeitos visuais, trilha sonora e elenco.

A influência das plataformas de streaming é inegável nesse contexto. Serviços como Netflix e Disney+ têm investido em K-dramas com temporadas mais curtas, alinhando-se às preferências de seus assinantes globais. Por exemplo, a série “Quando o Telefone Toca” possui 12 episódios lançados semanalmente, atendendo à demanda por conteúdos mais objetivos e de fácil consumo.

No entanto, essa tendência também apresenta desafios. Para as emissoras tradicionais, menos episódios podem significar uma redução na receita de publicidade, já que programas populares têm uma duração menor no ar. Além disso, preencher a grade de programação com mais frequência pode aumentar os custos e a necessidade de conteúdo adicional. Para as produtoras, há o desafio de contar histórias envolventes e completas em menos tempo, o que exige roteiros mais eficientes e criativos.

Apesar desses desafios, a tendência de temporadas mais curtas parece estar se consolidando na indústria dos K-dramas. Essa mudança reflete não apenas uma adaptação às preferências do público moderno, que busca por conteúdo de qualidade e de fácil consumo, mas também uma evolução na forma como as histórias são contadas, privilegiando a objetividade e a intensidade narrativa. Com isso, os K-dramas continuam a se reinventar, mantendo sua relevância e popularidade no cenário global do entretenimento.

Alice Rodrigues

Estudante de Comunicação social – Jornalismo, e atuando como social media, criadora de conteúdo digital e assessora de imprensa. Além de amar conhecer novas culturas, é viciada em ler e ouvir inúmeros podcast de assuntos variados. Dorameira desde de 2016, adora acompanhar e analisar narrativas e conteúdos que fazem parte da criação de um drama (elenco, filtros usados, fotografia, simbologia das cenas e outros).

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