Dali and the Cocky Prince: Comédia, romance e arte

Dali and the Cocky Prince: Comédia, romance e arte

Olá pessoas, como vocês estão? Eu, Alice, ainda me sinto extasiada com o final de Dali and the Cocky Prince, mas aqui estou eu – depois de muitos dias – para resenhar esse drama incrível (que por acaso está entre minhas comédias românticas favoritas de 2021). Como já dito, essa resenha será do drama sul-coreano Dali and the Cocky Prince, também conhecido como ‘Dali e o príncipe arrogante’, este foi produzido pela emissora KBS2 e possui 16 episódios (+1 extra) que estão disponíveis para serem assistidos no Viki Plus, Kocowa Pass e Netflix. Sem mais procrastinação, vamos a resenha.

Em Dali and the cocky prince acompanharemos a história de amor do Jin Moo Wak e da Kim Da Li, dois adultos que possuem personalidades, trejeitos e filosofias de vida completamente opostas, mas que após seu primeiro encontro e um mal-entendido passam a nutrir um sentimento fortes um pelo outro, e com o tempo, e a proximidade, este sentimento passa a se tornar ainda mais forte. E logo transformam um simples relacionamento entre credor e fiadora em uma linda relação de amor e cumplicidade. Durante o decorrer da trama, além de acompanhar o crescimento de cada personagem individualmente, poderemos vê-los trabalhar com todos os sentimentos humanos, sejam estes sentimentos positivos ou negativos, explorando o máximo que uma comédia romântica poderia nos entregar, e sem dúvidas, nos divertindo durante o trajeto.

Kim Da-li (interpretada pela atriz Park Gyo Young) é uma mulher serena e elegante, mas que acima de tudo, é uma pessoa lutadora e resilientes. Durante toda sua vida a Dali teve que passar por inúmeras provações e por mais que tenha tido um início de infância complicado, se tornou uma adulta inspiradora que sempre está pronta para este a mão para aqueles que precisam, entretanto, o fato dela ser uma pessoa tão calma e tão boa pode acabar gerando maus entendidos também e isso acaba complicando a vida dela algumas vezes. Sem dúvidas a Dali entrou para minha lista de protagonistas preferidas, ela mostra que através de uma conversa podemos fazer coisas grandiosas, tudo pode ser resolvido quando paramos e tentamos entender o lado o outro, tudo bem ter seus momentos de sair do controle, mas também, não podemos descontar nas pessoas aleatórias.

Já o Jin Moo Hak (interpretado pelo Kim Min Jae) é um homem mão de vaca e lutador. Apesar de algumas vezes vermos este sendo áspero com aqueles que o cercam (obviamente não são todos, vemos isso no caminhar da trama), ele é uma pessoa bem ‘certa das ideias’, o fato dele ter crescido junto com o negócio de sua família deixou ele com medo de voltar as raízes antigas após tanto tempo de luta, mas o fato dele ter dinheiro no momento não faz o Jin largar seus velhos hábitos como morar em um bairro classe média onde ele se sente bem, cozinhar para si mesmo e ter qualidade no seu trabalho. Quando iniciei o drama realmente achei que não gostaria do Jin apesar de amar este ator, afinal, esse personagem gritava demais e meus ouvidos não estavam mais aguentando em um certo ponto, entretanto, esse personagem conseguiu passar uma linda visão da vida e até mesmo do amor, uma vez que o vemos mostrar que o amor não é só dar presentes, e sim, se fazer presente, apoiando nos momentos necessários e também, deixar as pessoas tomarem suas decisões.

Logo, acreditamos que pelo fato de serem tão diferentes, seria um relacionamento difícil ou complicado, entretanto, observamos uma linda construção de uma relação amorosa entre o Jin e a Dali, pois o fato de terem personalidade e pensamentos divergentes não impede ou se torna um obstáculo em seu relacionamento, aos poucos eles vão se apaixonando mais um pelo o outro e aprendendo a enxergar com o olhar do outro, e tal ponto acaba sendo o percursor do amadurecimento de ambos, uma vez que aquela que buscava apenas o valor sentimental, aprende a olhar também para o valor financeiro, e aquele que era focado no valor financeiro aprende a olhar com carinho para a arte e logo, entende o motivo de ter que olhar o valor sentimental dos lugares e objetos.

Além destes, a trama também apresenta um elenco incrível de personagens que agregam muito na trama como o, Tae Jin (ex da Da-li – Kwon Yool), Woo Tak (irmão da Dali – Hwang Hee), Chak Hae (filha do deputado – Yeon Woo), Si Hyung (primo da Da-li – Lee Jae Woo), Secretária Yeo (Secretária do Moo Hak – Hwang Bo Ra), Ki Cheol (irmão do Jin – Lee Je Yeon), o pessoal da galeria e muitos outros, todos estes personagens servem tanto como um alivio cômico da trama, quanto como ‘objetos’ de reflexão, pois estes vão retratar sobre os pré-julgamentos, a inveja, o medo, a falha humana, o amor, a felicidade e outros. O Tae Jin, por exemplo, é um personagem que trata questões muito interessantes dentro da trama pois inúmeras vezes dramas de comédia romântica retratam os secundários como pessoas boas, sendo estes ricos ou não, já o Tae Jin é um personagem que é bem difícil gostar (ao menos, para mim foi difícil, não posso falar pelas outras), ele é um personagem que representa a porcentagem de pessoas ricas que podem ser manipuladoras e calculistas, sendo este, o representante da ganância na trama, já que por mais já tivesse dinheiro e muitas posses, ele desejava cada vez mais, passando por cima de quem fosse preciso.

Logo, podemos perceber que Dali and the cocky prince retrata muito bem as questões dos sentimentos humanos, no sentido que a trama trabalha a tristeza através da morte, a raiva através de mentiras, o medo por conta da incerteza, a hostilidade para com aqueles que são inferiores, o desespero pela vida, o ciúme (mesmo que não seja algo muito forte na trama – o que eu amei –), mas não é só de sentimentos ruins esse drama é feito, por isso, também vislumbramos a trama retratar a felicidade de estar com aquele que amamos, a alegria por realizar algo bem sucedido, a gratidão por aqueles que os cercam, a esperança e acima de tudo, o amor entre irmãos, pais e filhos, namorados e cônjuges.

O drama como um bom drama, nos fazer pensar até mesmo com os títulos de seus episódios, e o seu principal assunto é sobre a concepção, valores e diferenças dentro o âmbito familiar, e dentro desta vemos a Chak Hee, que é filha de uma família rica, sendo o pai desta um deputado, porém, dentro de sua própria casa ela sofre com a violência física e a pressão excessiva dado o humor de seu pai. Já na família da Da-li vemos dois lados diferentes, o lado do seu tio que abandonou tanto seu filho quanto o irmão para manter as ‘aparências’, e o lado dos pais da Dali que a aceitaram e criaram da melhor forma possível, fazendo com que ela se tornasse uma pessoa brilhante e compreensiva, e nesta parte dela, também podemos incluir o Woo Tak que também fazia parte da família, sendo este, como o irmão mais velho da Da-li. E também, temos a família do Jin que é composta por seu pai, sua madrasta e o filho da mesma, e apesar de todas as desavenças e inveja que circundam esta família, eles se tratam com respeito acima de tudo. Logo, percebemos que o fato de composições diferentes de famílias, aquelas que são de sangue e dadas como ‘convencionais’, aquelas originadas do amor e também aquelas que foram unidas, e todas essas, possuem suas discussões e conturbações, mostrando que o fato do sangue não determina o amor ou o caráter daqueles que estão ao nosso lado.

Acho que Dali and the cocky prince pode ser considerado um dos dramas propulsores (junto a Hometown Cha Cha Cha) da nova Era das comédias românticas, sendo esta Era, a qual ainda há alguns dos clichês padrões, entretanto, estes são postos de uma forma diferente, enquanto outros são descartados. Podemos perceber isso quando a trama descarta um possível sentimento amoroso em a Dali e o Woo Tak, a relação dele inicialmente me lembrou a relação dos personagens da Park Min Young e do Ahn Bo Young em Her Private Life, eles foram criados como irmãos, mas ele se apaixona por ela, e esse tipo de plot também pode ser visto no drama Plot Love com a irmã adotiva meio obcecada pelo irmão, enfim, este é um plot recorrente nos dramas na relação de irmãos que não são de sangue, mas Dali o descarta firmemente, mostrando um belo amor fraterno entre eles, e também, vemos a quebra do protagonista completamente arrogante, não podemos dizer que ele não é arrogante, mas sim, que possui uma arrogância que não ultrapassa a veia cômica e está bastante equilibrado, no sentido que, por mais que seja áspero ocasionalmente, ele não o faz sem motivo, destrata pessoas aleatórias ou diminui os outros, muitas vezes o veremos tomar atitudes honráveis, como quando ele vai até a galeria para negar pessoalmente o convite feito pelo pai da Dali, por mais que usa intenção tenha sido ido ir para negar, é honrável você não dar uma noticia dessas por telefone sem dar os procedentes da decisão.

Não menos importante, a trama denota perfeitamente a questão dos opostos que se atraem, mostrando o quão discrepantes são, entretanto, se encaixam perfeitamente um para outro, sendo um o que o outro precisa, não no sentido que este chega para ser a salvação para o problema do outro, mas sim, é o apoio que o outro precisava para se manter de pé e mostrar suas fraquezas. A trama também mostra perfeitamente a questões dos pré julgamentos, fazendo com que a gente julgue os personagens previamente, como a questão de acharmos que o Jin pode ser arrogante e burro, e a Dali uma herdeira inabalável, mais aos poucos vamos vendo que não é bem assim, assim como, vamos passar a perceber e nos incomodar com os personagens que sempre fazendo esses pré julgamentos, como o cara da galeria. Logo, percebemos que a trama não dá uma nova personalidade aos personagens em base ao dinheiro que já possuem ou possuíram, e sim, personalidades cultivadas dentro de sua árvore genealógica, como deveria ser uma pessoa advinda de um restaurante de Gamgtang? Como deveria ser uma pessoa advinda de uma família dona de uma galeria de artes? Como deveria ser uma pessoa que morou em um orfanato? O drama vai mostrando mesmo que superficialmente diversas origens familiares diferentes e como esses adultos que vieram dessas origens se tornaram, qual a ideia que fizemos deles por conta dessas origens e o que eles realmente são.

Dali é uma comédia romântica completa para aqueles que amam esse gênero, temos muitas cenas de beijos para nos encantarmos, muita química entre o casal e acima de tudo, um elenco de apoio que tem muitas tiradas boas para nos fazer rir e nos divertir. Além disso, Dali and the cocky prince possui um álbum de OST que são simplesmente maravilhosas (inclusive, ouçam The Sweetest Love da Ham Yeon Ji, é a minha ost favorita deste drama), um figurino de primeira (o que eram aquelas roupas da Da-li? Uma mais perfeita do que a outra) e uma fotografia de primeira, tanto com aqueles episódios que se passavam na Holanda quanto toda aquela ambientação da casa dele e da galeria de arte com todas aqueles quatros e outras artes para nos fazer apaixonar e assim como eles, aprender a apreciar.

Entretanto, como sabem, eu sou uma pessoa bem ‘reclamona’ quando o quesito é narrativa e direção de dorama, então tiveram sim momentos que me irritaram, como o fato da trama ter usado a Chak Hee apenas como uma personagem para fazer propaganda, toda vez que ela aparecia na tela era para fazer propaganda de algo, sendo que esta tinha muito a ser aproveitada, inclusive, ela dá margem a uma outra reclamação minha acerca da trama, que é o fato do drama não dar um parecer sobre o que aconteceu com o pai dela, ele saiu em pune após julgamento? Fugiu? Simplesmente não vi nada que explicasse o que aconteceu com ele (mas as vezes fui eu quem não prestei atenção, então se alguém souber o que aconteceu com ele, aceito esta informação). E uma reclamação bem pessoal minha é que eu queria muito aquele casal secundário que deram uma migalha no final do drama, sinto que esses dois nos divertiriam muito.

Um outro ponto que merece muitos elogios na trama (além da ost, fotografia, figurino, transição de cena) é o elenco, todos tinham muita química e cumpriram muito bem suas funções de nos encantar e divertir, por ser a sua primeira comédia romântica foi interessante o Kim Min Jae interpretar o arrogante Jin Moo Hak, sendo este, totalmente diferente de seu último personagem, que foi o protagonista de Do You Like Brahms, e o ator conseguiu muito bem deixar o Jin com uma feição única a ponto de pensarmos que nenhum outro ator faria tão bem quanto ele, sua caracterização foi tão boa que podemos ver até mesmo um sotaque mais ‘pesado’ no personagem, este que não é originário do ator. Além disso, precisamos fazer uma menção honrosa para a Park Gyo Hyung que interpretou perfeitamente a Dali, sendo este, o seu primeiro papel como protagonista, confesso que demorei para assimilar que esta atriz é a mesma que apareceu em It’s okay to not be okay e em Romance is a bônus book, mas foi incrível ver a evolução aos poucos de sua atuação, que foi em um caminho lento de coadjuvante, para secundária e agora finalmente se tornou protagonista, e sigo ansiando por mais trabalhos desta.

Dessa Maneira, podemos ver que apesar de ter os padrões comuns em uma rom-com, Dali and the cocky prince também é um drama para nós fazer ponderar sobre como levamos nossa vida, no sentido que, através dos pré julgamentos e todas as provações no caminho, percebamos o toque brutal de realidade onde a corrupção está a sua volta, bem como, estamos cercados da inveja, ganância e ambição, entretanto, também temos a nossa volta o carinho, o amor e a felicidade, tudo é uma questão de momentos e de quem está ao nosso lado. No fim, Dali mostrou um lindo amor entre dois adultos que levavam uma vida diferente e de alguma forma, acharam o caminho certo para andarem juntos, sempre se entendo e apoiando, mostrando a realidade de um relacionamento leve e saudável que é capaz de encantar a todos que assistirem a trama. Dali and the cocky prince se tornou um drama que fez morada em meu coração com tantos ensinamentos e momentos divertidos, e também, entrou no meu top de comédias românticas favoritas – apesar de não estar entre meus favoritos do ano –, por fim, preciso dizer que amei acompanhar e super indico este drama a todas que buscam um drama leve com muitos momentos divertidos.

Obrigada por lerem até aqui! Entre na nossa página do Instagram para conferir tirinhas deste dorama!

Alice Rodrigues

Estudante de Comunicação social – Jornalismo, e atuando como social media, criadora de conteúdo digital e assessora de imprensa. Além de amar conhecer novas culturas, é viciada em ler e ouvir inúmeros podcast de assuntos variados. Dorameira desde de 2016, adora acompanhar e analisar narrativas e conteúdos que fazem parte da criação de um drama (elenco, filtros usados, fotografia, simbologia das cenas e outros).

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