Vincenzo: Impressão semanal – episódio 7 e 8

Olá pessoal, como estão hoje? Os episódios 7 e 8 de Vincenzo foram lançados, e agora estamos aqui para a nossa tarefa semanal de escrever uma análise sobre estes maravilhosos. Em uma breve comparação destes episódios com os demais, podemos perceber que eles foram mais ‘leves’, dando muitas cenas entre os protagonistas e muitas reflexões. Sem mais delongas, vamos aos nossos surtos e teorias.

No episódio 7 podemos perceber que diversas cenas que nos ligarão a ideia de ‘liberdade’ de formas diferentes. O estopim desta teoria aparece no momento que vemos o Vincenzo na galeria de arte conversando com a moça, enquanto eles analisavam o quadro “A liberdade guiando o povo” de Delacroix, ele faz a seguinte análise ‘As cores de Liberdad representam a liberdade, igualdade e fraternidade. Delacroix usou essas cores em três lugares diferentes. Uma está nas mãos da Liberdad. As cores aparecem de novo no cinto vermelho, na blusa branca e na camisa azul daquele homem. E, por último, também estão no topo da catedral de Notre Dame*, quando questionado pela moça sobre o vestido da Liberdad, ele diz ‘É um vestido grego. Por isso também simboliza Libertas, a deusa da liberdade na mitologia*. Após esta análise, percebemos em muitas cenas do episódio estão interligadas a este tópico, principalmente na cena final do episódio, onde vemos os inquilinos do prédio indo a luta pela liberdade deles de permanecerem no local que é o seu lar, e que foi tomado sem que tivessem a chance de opinar.

Quando paramos para olhar minunciosamente esta cena, as falas do Vincenzo começam a fazer sentido, pois vemos a representação de sua análise do quadro nos inquilinos, estas sendo: a bandeira vermelha estendida pela inquilina que busca sua liberdade, a blusa branca do chef e a blusa vermelha do detetive. Sendo assim, assim como o quadro representa a liberdade, igualdade e fraternidade, o momento em que os inquilinos se juntam para defender os seus direitos, também é ligado a tais tópicos.

O episódio também volta a apresentar cenas dos momentos que já falamos que é o caos instalado dentro do tribunal de diversas maneiras, o local onde a justiça deveria reger, é regido pelo dinheiro, e todas as cenas nele são cheias de brigas e caos, e estes que em sua maioria foram criadas pelo Vincenzo, Cha Young ou pelo pessoal da Wusang. Como os demais episódios, há muitas frases marcantes neste, e uma destas foi dita pelo Vincenzo, que é a seguinte: “É preciso apreciar a arte e a guerra a distância”, e esta, está interligada a muitos fatores, não só nas ações do próprio Vincenzo, mas nas ações do Joon Woon, muitas vezes eles incitam as situações, mas não se envolvem inteiramente, como a cena final, onde o Vincenzo tinha planejado uma coisa e quando ele chega lá, outra aconteceu, mas só o resta admirar o acontecido, outro momento dele, é quando está no tribunal e causa todo aquele caos e depois fica apenas encarando seu feito enquanto sorri satisfeito apreciando a ‘guerra’. Já o momento que representa pelo Joon Woon é o fato dele estar ‘nas sombras’ dando ordens, enquanto seu irmão quem está diante as câmeras enfrentando as situações que ele causa, como quando seu irmão tem que pedir perdão em público por ele ter escolhido seguir com a fabricação daqueles remédios que causavam mal aos usuários.

Portanto, o episódio 07 é sobre a busca por liberdade, seja da mulher que quer se livrar do marido imprestável no caso do tribunal, seja do Vincenzo e da Cha Young que se sentem livres ao vencerem o julgamento, seja dos residentes do prédio que enfrentam os malfeitores. É sobre a busca por liberdade em meio a guerra instaurada, afinal, um conceito tão grande como liberdade aqui não significaria a revolução em si? A quebra de uma estrutura dominante? O senso de justiça que conduz os personagens contra os “monstros” da história.

Definir o episódio 08 de Vincenzo é basicamente reafirmar o quanto o drama está sendo engraçado e reflexivo ao mesmo tempo, o episódio 08 teve essas características, mas, também mostrou vários closes de câmera de Vincenzo sendo seduzente e de quebra, fez nós, dorameirxs sofredorxs, torcer mais ainda pelo shippe que precisa acontecer. No entanto, na nossa intepretação, o episódio pode ser resumido em palavras‑chaves são elas “amor” e as “fraquezas/medo”, aliás, esses próximos parágrafos vão tentar encaixar todo o episódio no ponto de vista que engloba essas palavras.

Já com a perspectiva de liberdade carregada em seu interior os moradores do Guem Plaza, na primeira cena do episódio 08, mostram como o laço que eles estabelecem defesa do que querem é forte, mostrando que não são somente sujeitos que sofrem a ação, mas que resistem e lutam contra ela. Além de busca por liberdade ou justiça, o laço entre eles é também um de amor entre vizinhos, que se apoiam, mas que também foram recarregados pelo sentimento de possuir, no caso aqui o ouro que tem debaixo do prédio. Mas, o que fica claro nessa cena é como o Vincenzo, para eles, tem o papel de “salvador” que guia o caminho e revitaliza a coragem para enfrentarem e correrem atrás do que acreditam, inspiração e força. É uma relação de amor, pois é uma relação coletiva de apoio em que o sentimento da fraternidade está presente, é uma relação que move os vizinhos do prédio a seguirem adiante com seus ideais.

Contudo, a palavra‑chave “amor” vai além dos vizinhos, ouso dizer que todo o episódio 08 é sobre o amor, discute e coloca em perspectiva ele ao aliar com a noção de medo e fraquezas. Perceba que o episódio nada mais é do que vários momentos do Vincenzo “conquistando” o garoto do Banco a fim de conseguir estabelecer o objetivo de derrotar a Babel na aquisição do empréstimo. A primeira intepretação que surge dessas cenas é que elas são apenas cenas criadas para gerar humor perante aos acontecidos e, sim, elas são exatamente isso, mas é interessante notar como durante todo o episódio “o amor” é satirizado, eles colocam o Vincenzo para viver um romance falso com um dos ‘vilões’ da história, trazem em perspectiva o relacionamento entre dois homens, e a história brinca todo momento com situações consideradas românticas do ponto de vista dos clichês, um exemplo é quando o garoto do Banco espera o Vincenzo na chuva ou até mesmo quando eles vão a um encontro no parque de diversões.

O enredo utiliza essas situações corriqueiras nas obras de romance para denotar a ilusão do amor, a precariedade de um amor falso, que por mais que soe verdadeiro não é fruto de sentimentos reais, pois revela a podridão e a insinceridade do personagem que sente o sentimento, no caso o ‘vilão’, que ao encontrar um ideal no Vincenzo, o “Homens dos seus sonhos”, acredita amá‑lo, mas, como nosso próprio protagonista denota “Vilões não merecem amar […] para eles o amor não passa de um acessório” e quando o amor é um acessório, quando é plástico, irreal, ele se torna uma ruína, uma fraqueza.

Nesse sentido, é assim que o episódio evidencia a premissa do “o poder do amor”, expressão que a Cha Young menciona na hora da assinatura do empréstimo, quando não provém de um amor verdadeiro, pode muito bem significar a derrota, a potencialização de seus medos e fraquezas. Isto é, ao ‘amar’ o Vincenzo, o presidente do banco, com todas as suas faces podres, ficou fragilizado, seus medos foram usados contra ele, afinal, “usar o que a pessoa mais teme. Para muitas pessoas pode ser pior do que a morte”. É isso que o episódio mostra com todos os personagens, a máxima de que todos temos um ponto fraco e a ligação dele com a perspectiva do amor. Um exemplo é que a sede por amar um ideal, ou a ilusão dada pelo amor e o medo de Zumbis é o ponto fraco do presidente do banco.

Veja só, no final do episódio quando a ex‑promotora menciona o pai da Cha Young, esse é o ponto fraco ou a “ferida” da nossa protagonista, ela reage imediatamente a provocação da vilã. Assim, a reflexão que me veio a mente enquanto via essas cenas é que às vezes o ponto fraco é o que te move, de dar gás para seguir adiante, mas para algumas pessoas o ponto fraco é o que te coloca para baixo, é o que não tem regeneração. O ponto fraco do Vincenzo é a mãe, as cenas dos episódios anteriores e a do episódio 08 que ele a visita no hospital evidencia isso, outrossim, note que quando o garoto do Banco fala da mãe do Vincenzo, de como ela foi acusada e injustiçada, a postura do nosso protagonista muda, o que antes ele estava levando com relutância ou como uma ‘brincadeira’, ele passa encarar de forma séria e entra realmente no personagem com mais determinação.

Logo, o que chamamos de pontos fracos para o Vincenzo e para a Cha Young movem eles a irem adiante, a seguir em frente em seus objetivos. Dito isso, pergunto se esses pontos fracos não seriam advindos do amor? Do amor inevitável que o Vincenzo sente pela mãe ou do amor que a Cha Young sente pelo pai, das injustiças que seus objetos de amor sofreram. Será que só os pontos fracos que vem do amor podem se tornar combustível para mover as pessoas? Porque são formas “corretas” e verdadeiras de se amar, pois fincam feridas que, às vezes, só o amor pode causar. Portanto, o ponto central do episódio seria a frase “Nem todo mundo merece amar. Quem machuca ou magoa os outros não merece amar”, pois amar é uma qualidade, um prêmio, uma preciosidade, o episódio não está mostrando que o garoto do banco com seus pontos fracos de frutos podres não merece amar e que esses pontos fracos de frutos podres só colocam as pessoas para o abismo? Movendo para baixo, no sentido que a justiça ou pagar pelos seus pecados irá adentrar no caminho dele.

Dessa mesma maneira, todos os chamados “monstros” da história também possuem pontos fracos, a ex‑promotora que tanto quer ser independente e “dona da porra toda”, não passa de uma servente do vilão principal (Joo Woon), não passando de uma criatura que o criador de monstros parece querer despertar o espirito diabólico, até mesmo para o sonho da promotoria que ela quer comprar, e que comprou, a mesma teve que ouvir novamente para aceitar/resolver o caso que foi combustível para o motivo dela sair da promotoria. A subserviência imposta e a capacidade de não ir além de seu círculo premeditado, não seria os pontos fracos dela?

Além da promotora, quero discorrer sobre o irmão do Psicopata Estagiário, vulgo pseudopresidente da Babel, o que esses episódios despertaram em nós foi também a perspectiva de que talvez ele esteja apenas fingindo ser ‘bobo’ ou que, obviamente, tenha intenções ocultas, a arma que ele adquire evidencia isso ou até mesmo algumas cenas protagonizadas com seu irmão, talvez por ter visto que seu irmão é realmente louco, quando matou seu pai, resolveu ser um fantoche. Isso não significa que o falso presidente da Babel seja um inocente, mas sim, que ele pode ser tão monstro quanto seu irmão. Será que o ponto fraco do Joon Woon pode vim a ser o irmão? Que o Joon Woon é o ponto fraco do irmão é certeza. Mas, será que o último passo em derrocada do irmão é tentar se rebelar contra o Joon Woon?

Os questionamentos só brotam, como podem ver. No entanto, eu ainda quero falar de amor, o que é comum entre todos que assistem Vincenzo é a percepção da química avassaladora do Vincenzo e da Cha Young, já muito discutimos isso e já estamos fazendo preces para o casal acontecer. Nesse tópico, iremos conversar sobre os sentimentos cultivados entre os dois em ambos os episódios, já que tivemos muitas cenas dos dois juntos, muitas cenas que fizeram nós duas “gritar” e amar mais ainda esses bebês. A revelação da descoberta da Cha Young que o Vincenzo é da máfia veio com uma maior aproximação dos dois, percebe‑se que eles estão muito confortáveis um com o outro, quer dizer, mais ou menos, já que o desconforto advindo dos sentimentos que eles estão nutrindo um pelo outro está presente. É nítido pela forma que a Cha Young olha o Vincenzo nas cenas, quando ele vai embora, ou quando ela tem que se despedir dele, um olhar de saudade e carinho, como se ela estivesse olhando algo que ela quer muito ter.

Acreditamos que a mesma coisa com o Vincenzo, a aproximação da Cha Young causa sentimentos nele, mexe com ele, a cena dela dormindo na hora de provar os ternos e ele sorrindo, ou as tantas outras cenas. Mas, o que ficou claro é que esse sentimento parece que vai ser difícil de ser revelado ou estabelecido, a cena sobre o amor no episódio 08, quer dizer, sobre os vilões e o amor e a pergunta da Cha Young para o Vincenzo “Então você merece amar?”, possa vim a significar que nosso herói sombrio favorito acredita que não merece o amor, isso faz sentido para ele, pelo ambiente que se criou, pela sua história de vida, pelos seus princípios, para derrotar os vilões ele precisa se torna um vilão e para ser um vilão ele tem que se negar da capacidade de amar, é por isso que tem aquela troca de olhares profundas entre os dois, é por isso que ele parece sentir um certo divertimento misturado com algo amargo da pergunta. Outra cena que me remete a esse “cuidado” com o amor no episódio é a que o Vincenzo diz para a Cha Young “É perigoso assustar um cavalo por trás. Ele pode te dar um coice. Cuidado”, é uma espécie de indireta, de aviso, para ela, como se diz por essas bandas que vivo, não cutucar a onça com vara curta, não provocar ele e, consequentemente, instigar sentimentos. No entanto, minha última pergunta é, será que amor que está nascendo entre o Vincenzo e a Cha Young é uma fraqueza? Será que vai mover eles para irem mais adiante? Será que a guerra em busca da justiça e da liberdade vai se findar com eles mais distantes ou mais próximos?