Officer Black Belt: da graça a ação

Oi meu amores, a quanto tempo? Hoje irei falar sobre esse maravilhoso filme de ação e comédia estrelado pelo nosso queridíssimo Kim Woo Bin, Officer Black Belt, o filme estreou essa semana na Netflix e está no top 10, desde então. Dirigido por Jason Kim, o filme conta a história do Lee Jeong Do um jovem que é faixa preta em vários estilos de luta, ele acaba ajudando um agente a capturar um fugitivo, chamando a atenção do agente de condicional Kim Seon Min (Kim Sung Kyun), que recruta o jovem para a equipe de agentes faixa preta.

Há várias razões pela qual eu gostei do filme, a primeira é o gênero do filme, amo dramas de ação, a segunda é o Kim Woo Bin de volta às telas, é um primor acompanhar qualquer trabalho dele e o terceiro, sem dúvidas, é a história, o que dizer desse enredo? Causa raiva perceber como a justiça parece ser a mesma em todos os lugares, tudo gira em torno de prisioneiros que estão em liberdade condicional, eles precisam usar tornozeleira eletrônica e são monitorados pelos agentes de condicional 24h, todos os dias, quando a bateria da tornozeleira chega a 30% eles são avisados para recarregar, em caso de negação o agente condicional junto com o agente faixa preta vão atrás para saber o que aconteceu. Preciso alertar que a maioria desses criminosos cometeram crimes sexuais, o que gera ainda mais revolta, existe temas como pedofilia, abuso sexual contra menores, entre outros crimes.
O papel do agente condicional e do agente faixa preta é fazer o controle desses criminosos que tendem a cometer novamente os crimes, por essa razão, os agentes faixa preta, são literalmente faixa preta em algum estilo de luta, para poderem lidar com esses criminosos que não estão dispostos a colaborar com a justiça. Nosso protagonista é faixa preta em três estilos de luta: taekwondo, kendo e judô e ama entrar em algo que seja divertido, ama sair com os seus amigos para comer e jogar videogame, além de ser o entregador do restaurante do pai, uma vida comum. Um dia quando voltava para casa, Jeong Do acaba vendo um oficial de artes marciais tendo dificuldades para capturar o prisioneiro em condicional, por ter um senso de justiça alto e um bom coração, Jeong Do não pensa duas vezes e ajuda o agente, é nesse ponto que sua vida se conecta com esse universo dos agentes faixa preta. O agente condicional Seon Min percebe o potencial que Jeong Do possui e chama ele para ser um substituto, enquanto o outro agente se recupera, Jeong aceita e começa a aprender como aquele trabalho funciona. Como já citei, Jeong é levado a fazer aquilo que ele julga ser divertido para ele, o protagonista não sabe se esse novo trabalho vai ser divertido, até ele ir para campo junto com Seon Min e perceber que acabou de salvar a vida de uma garota.

O outro lado do filme é perceber, infelizmente, que a lei é falha, não importa o país. São homens doentes que saem da prisão dispostos a cometerem os mesmos crimes, porque sabem que não serão punidos como merecem, as leis na Coreia do Sul para crimes sexuais são consideradas leves, não sei dizer se leves para a lei deles ou leve como a nossa, mas o que sabemos é que o histórico da Coreia é sempre julgar a vítima, no caso do filme que foca mais na pedofilia e no abuso sexual de crianças há sempre uma revolta maior, afinal, estamos falando de crianças, mas se jogarmos para o campo feminino, a vitima sempre precisa provar, você pode pensar “no Brasil é igual”, garanto que a impunidade na Coreia contra abusadores e agressores de mulheres é pior ou igual ao Brasil, não se iluda, o homem sempre terá razão lá.
Estamos falando de um filme de ação que envolve cenas de lutas e as cenas foram muito bem coreografadas, não sei dizer se o Kim Woo Bin fez todas as cenas ou se ele usou dublê, mas a direção e os atores estão de parabéns, as cenas causam emoções diferentes dependendo do que está acontecendo, seja ficar surpresa porque foi rápido ou aflita porque o mocinho está apanhando, de qualquer forma o carisma do Woo Bin te envolve na história, tudo que envolve o núcleo principal de personagens fazem o filme ser bom. No começo podemos achar que o filme vai ser só mais uma comédia, já que o gênero é comédia e ação, mas até as comédias possuem seus assuntos sérios, o que leva o Jeong Do continuar no seu trabalho é perceber que o que ele está fazendo vai além da diversão, é em uma conversa com o pai dele que Jeong percebe que o fruto do trabalho não é ser divertido para ele, mas ser satisfatório para os outros e no caso do agente faixa preta ele salva pessoas, crianças de serem abusadas, Jeong sente que aquilo que ele faz vale a pena.

O filme não possui um vilão do começo ao fim, mas se fomos nomear alguém seria o prisioneiro Kang Ki Jung (Lee Hyun Gul), preso por acusações de pedofilia e agressão sexual contra crianças, o ator está de parabéns, interpretou muito bem esse ser repugnante. Fez o inferno depois de receber a liberdade condicional e me causou muita raiva, seja por seu estado doentio ou por simplesmente bater no meu precioso Jeong, no fim deu tudo certo.
Por mais que seja uma comédia quase chorei, o filme gera apego a todos os personagens e a história nos envolve de uma maneira boa, também nos faz pensar em como não existe um lugar perfeito e como o mundo precisa mudar de um modo geral, não vi muita diferença entre a Coreia e o Brasil e para falar a verdade, achei a Coreia bem mole nesses quesitos, talvez se eles parassem de se esconder em uma cortina de polêmicas envolvendo seus idol’s e cancelamentos sem sentido pudessem focar em leis que protegessem de verdade suas crianças e mulheres, vender um país perfeito é muita hipocrisia.

No mais, assistam esse primor de filme, vocês não irão se arrepender e se eu fosse reclamar seria do fato de não ser um dorama completo, com 16 episódios, acho que tinha potencial e história para isso, bye, até a próxima!
